domingo, 5 de junho de 2011

Informativo ADCAP

 

 

Está lá um corpo estendido no chão

(A 1ª queda)

02.06.2011
por Ricardo Noblat

O Globo

Saldo dos últimos sete dias de crise política: um morto, 66 feridos e um enfermo que vê se agravar pouco a pouco seu estado de saúde.

O morto é o ministro Antonio Palocci. O corpo dele está entendido na grama da Esplanada dos Ministérios à espera do rabecão. Que pode até não passar. Nem por isso Palocci sairá da horizontal.

Os 66 feridos são os deputados que assinaram o requerimento para prorrogar o prazo de validade da CPI dos Correios e que, pressionados pelo governo, retiraram suas assinaturas em troca de promessas.

Perderam prestígio e vergonha. Perderão votos. Estão furiosos e condenados a engrossar a fila dos que se sacrificaram em vão e de graça pelo governo.

O enfermo é Lula. Manobrou para deter a apuração de falcatruas depois de haver dito que jamais se meteria com CPIs, e estimulado os brasileiros a denunciarem irregularidades. A manobra foi um fiasco retumbante - um dos mais notáveis desde que ele ocupa a cadeira número um da República.

Palocci morreu porque não soube ou não pôde impedir que ressuscitassem seu passado de administrador municipal conivente com a cobrança de propinas para o PT, e de coordenador da campanha de Lula ocupado em arrecadar dinheiro sujo para pagar despesas. Não é uma vítima do passado: é culpado por ele.

A essa altura, Lula espera que o próprio Palocci assine seu atestado de óbito, assim como o ministro José Dirceu assinou o dele. Lula é um político pragmático que segue por pura intuição a máxima cunhada pelo senador José Sarney:

- No Brasil, a principal tarefa de um governante é sobreviver.


Análise: Banco Postal era ótimo negócio para Bradesco

31/05/2011
Folha.com

Nesta terça-feira, o Bradesco perdeu o leilão de parceria com os Correios para Banco Postal para o Banco do Brasil, que pagou R$ 2,3 bilhões.

De Brasília, a repórter Sofia Fernandes analisa o leilão e diz que o Bradesco perdeu "um ótimo negócio", e que a aposta era que o banco cobriria qualquer oferta.

"Em dez anos, foram R$ 11 milhões de contas abertas e um faturamento R$ 820 milhões só no ano passado", conta a jornalista.

De acordo com Sofia, a intenção do governo é ampliar a participação da baixa renda e "usar o Banco Postal para alavancar projetos sociais de transferência de renda".


Para ministro, parceria com Correios vai aumentar alcance de serviços prestados pelo Banco do Brasil

agenciabrasil.ebc.com.br
31/05/2011

Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje (31) que a vitória do Banco do Brasil no leilão dos Correios para administrar o Banco Postal vai ter como consequências a ampliação e a maior interiorização dos serviços oferecidos pelo banco.“Isso é importante para atingir o público de baixa renda que tem vontade de ter conta [corrente ou poupança em uma instituição financeira] e não consegue”.

O Banco do Brasil venceu a licitação do Banco Postal com uma oferta de R$ 2,3 bilhões, após disputar o serviço com o atual correspondente bancário, o Bradesco (cujo contrato com os Correios expira no fim do ano), a Caixa Econômica Federal e o Itaú. O Banco Postal oferece serviços bancários básicos ao público nas agências dos Correios em todo o país.

Paulo Bernardo disse que o público de baixa renda é importante para os bancos, mas é difícil montar agências em algumas cidades do interior ou em comunidades de baixa renda. A parceria com os Correios, segundo ele, viabiliza essa ampliação do atendimento bancário. Das cerca de 11 milhões de contas abertas no Banco Postal desde 2001, quase 80% são de clientes com renda de, no máximo, 1 salário mínimo.

Além de oferecer os serviços bancários nas agências próprias dos Correios, o Banco do Brasil vai poder utilizar também as agências franqueadas, mediante pagamento de R$ 200 milhões. O ministro disse que a presidenta Dilma Rousseff ficou surpresa com o resultado da licitação, pois acreditava que o Bradesco cobriria qualquer proposta para permanecer como correspondente bancário dos Correios, mas ficou satisfeita com a vitória do Banco do Brasil.

Na avaliação do ministro, o resultado do leilão do Banco Postal mostra o peso de mercado que tem uma parceria com os Correios. “A empresa é uma joia que tem que ser muito bem cuidada. Teve problemas de gestão - e ainda temos - e precisamos resolver problemas de funcionários, de transporte aéreo e a pontualidade na prestação de serviços”.

 

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